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Uma Ilha de oportunidades

 

 

Mais uma Feira Agropecuária da Ilha do Pico relizou-se nos dias 13,14 e 15 de Julho no recinto do Matos Souto, na Piedade.

O certame pretendeu sobretudo dar a conhecer e premiar especialmente os melhores exemplares bovinos. Segundo elementos do júri dos concursos, houve uma grande evolução no melhoramento das raças, de tal forma que alguns exemplares em nada ficam a dever ao que de melhor existe no país. Estas apreciações são muito consideradas pela população desta ilha que, presentemente, já não atinge as 15 mil pessoas.

Nos últimos 20 anos, segundo dados oficiais, a população agrícola familiar passou de 11.073 pessoas, em 1989, para 4.231 em 2009. Uma quebra muito significativa reveladora do abandono dos campos por parte da população idosa, não substituída por jovens cuja formação escolar os orientou para outras atividades.

Mesmo assim, os que se dedicam à agro-pecuária nesta segunda maior ilha do arquipélago, não voltaram costas ao trabalho. Pelo contrário, aproveitaram os abundantes espaços incultos, revolveram terras, e do mato fizeram pastagens verdejantes que encantam quem penetra no seio da ilha, sobretudo na zona leste, a mais antiga, geologicamente falando.

Em 2009, a superfície de prados e pastagens permanentes cifrava-se nos 16 727 ha, contra 14 993, em 1989. Foi um esforço notável!

Isto permitiu que o efetivo bovino tenha atingido em 2009 as 26 mil cabeças de gado – 11.226 no concelho das Lajes, 8.141 no da Madalena e 6.487 no de São Roque -, quase mais 20% do existente vinte anos antes. Grande parte dos bovinos é constituído por gado de carne, uma valência incrementada pela existência de um matadouro industrial que, já não responde às necessidades de abate e por isso vai ser ampliado.

As beneficiações introduzidas nas explorações agrícolas e a modernização dos equipamentos fez com que aumentasse também o leite produzido. Em 2011 todo o leite entregue na fábrica atingiu os 3.769,5 mil litros, mas este ano, só até maio, estas quantidades foram superadas em cerca de meio milhão de litros, o que revela bem o aumento da produção também na fileira do leite.

Outro dado curioso, fruto sobretudo da observação, é a existência de novos produtores agrícolas com formação universitária, situação que se regista um pouco por todo o país.

À falta de empregos nos setores secundário e terciário, pese embora o crescimento da atividade turística, os jovens filhos de agricultores enveredam pela vida rural e agrícola que lhes traz também bons proveitos, enquanto durarem as ajudas da União Europeia ao abrigo do POSEI.

A Ilha do Pico tem também grandes potencialidades florestais e áreas ocupadas por arvoredos de fraca ou nenhuma rentabilidade. Faias,  incensos e outras plantas endémicas, como a urze, não faltam por aí, sobretudo em terrenos abandonados e de reduzida produtividade.

Este é um setor em que importa apostar.

O preconceito de que manter a natureza inalterada é preservar a biodiversidade e o ambiente, impedindo ou dificultando cortes de árvores infestantes, longe de humanizar, desenvolver e aumentar a população picoense, contribui antes para a sua desertificação e empobrecimento.

A floresta endémica picoense tem, segundo se diz, uma apreciável riqueza.

Todavia, não se pode viver toda a vida a contemplar os exemplares únicos aqui existentes sem deles retirar um conveniente aproveitamento seja para fins farmaceuticos, seja para outros que importa descobrir.

Passam por aí as novas indústrias tecnológicas do presente que se poderiam instalar nesta ilha, dadas as suas condições climatéricas e ambientais e a sua localização no Atlântico Norte. É para aí que temos de ir, aproveitando as infraestruturas existentes e cativando investidores e técnicos para novas áreas de negócios.

O Pico precisa de gente jovem que inverta novamente a sua pirâmide etária e confirme e aproveite todas as suas potencialidades.

Importa que todos – responsáveis e residentes - se capacitem de que há um mundo novo à espreita e que importa acolhê-lo de braços abertos, com coragem e sem preconceitos porque o futuro começa agora.

(Fonte: http://estatistica.azores.gov.pt)

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